Total de visualizações de página

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vivências com o semi-árido

O sol cansado se esconde lá na serra
Enquanto o vaqueiro chiqueira a criação
A passarada gorjeia a Ave-Maria
E no oratório
Maria faz uma oração.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.

E pra labuta se vai de madrugada
Panhá lenha, tirá leite, butá água
Um café preto e já bota o pé na estrada
Para fazer limpa na roça e cortá chão.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.

No vim da chuva as craibeiras se forram
Com belas flô de uma cor amarelinha
As folhas caem das gaias e vão pro chão
Quando o céu tinge de azul a Ararinha.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.

Quando tem água na cisterna e no barreiro
O carro-pipa não tem serventia não
De noite o povo se ajunta no terreiro
E o sanfoneiro puxa o fole no baião.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.

Jovens estudam a sua realidade
E nem pensam mais em fazer retiração
E sabem separar mentiras das verdades
Nas promessas feitas em tempo de eleição.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.

Se você pensa que o sertanejo é besta
Que venha aqui pra aprender uma lição
Porque ele vai dar um nó em sua cabeça
Tu vai ficar perdido e sem direção.
É assim que se costuma nessa terra
É assim que se procede no sertão.


de Ademir Santana Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário